Voltar

Durante o passado mês, foi possível encontrar pelas ruas e pelos panfletos que encheram a minha caixa de correio mensagens do regresso às aulas. Nas conversas de café fala-se no regresso ao trabalho e na rotina habitual de cada um. Voltemos de novo, retomamos a algo que já existia. Regressamos. Há regressos infelizes. Encontramo-nos em situações confortáveis das quais não queremos abandonar. O pouco tempo que estivemos na nossa casa tem poder para injectar novos hábitos e para nos fazer agarrar àquilo que nos fez feliz. Contudo as circunstâncias e situações da vida levam-nos a regressar, com algo novo e com nostalgia e saudade.Mas por vezes existe o contrário: o regresso é algo que não custa, ficamos em locais perturbantes e entristecedores e apodera-se de nós um retorno desejado, ambicionado e sonhado por vezes. Apesar de querermos voltar de um lugar que nos abalou, trazemos sempre uma lição, e com ela cicatrizes fundas para cuidar.Seja muita a vontade de voltar pela dor ou pouca pelo prazer sentido, a vida leva-nos a regressar, a retomar aos braços do Pai, quando assim o desejamos. Encontramos nele o amigo ansioso que nos espera da viagem de verão. A ele contamos o que sofremos, o quanto nos custa regressar ou o quanto exaustos estamos dos bons momentos que vivemos.Eu voltei, todos nós voltamos para um sítio e vimos de outros. Partimos e regressamos apenas quando nos apetece ou quando estamos magoados. Deus não tem regressos. Ele esperou por ti sem ir de férias para lhe contares a tua aventura ou simplesmente aconchegar-te nos seus braços. Deus não regressa nem parte, ele está lá para nos acolher a toda a hora, todos os dias! Estarás disposto a regressar para Ele?